domingo, 23 de outubro de 2011

As bênçãos foram feitas para louvar, não para serem louvadas.


Bom dia!

Aqui vai mais um longo estudo. Mas ele denuncia uma trilha que muitos acabam seguindo, rumo à destruição de suas próprias vidas. Eu mesmo quase o trilhei uma vez, mas justamente por causa dessa palavra que Deus me deu, fui salvo e encontrei o caminho do arrependimento. Que Deus os abençoe!

Palavra: Ezequiel 16:1-34
Vemos a indignação de Deus com a nação de Israel e principalmente com a cidade que ele mais amou, Jerusalém. Desde os dias de Moisés, o povo israelita se mostrou difícil de ser tratado. Deus havia prometido a Seu povo que os levaria para uma terra que mana leite e mel e os libertou executando grandes sinais e grandes milagres, porém, ainda no deserto, Ele encontrou no povo que Ele amava um coração duro, ingrato e murmurador; incapaz de ter fé ou obedecer.
A misericórdia de Deus jamais se apartou dos Filhos de Israel, pois ainda sendo um povo de tão duro coração, Deus os levou à terra prometida e não só os levou, mas removeu de lá todos os moradores que habitavam, homens fortes que, pelas condições naturais, teriam esmagado o povo de Israel.
A terra era boa e havia sobre ela promessas de bênçãos sem limites, mas o povo vivia caindo e se levantando de sua idolatria e de seus pecados. Israel viveu nessa inconstância até os dias dos primeiros reis, quando Davi restaurou a adoração a Deus.
Mas a adoração que Davi tanto se esmerou em restaurar não durou muito, pois apesar de toda a sabedoria do reinado de Salomão, nos seus últimos dias ele se entregou à idolatria praticada por suas esposas, atraindo maldição para toda a nação, que se dividiu e jamais tornou a ter uma sinceridade de adoração tão plena quanto a dos dias de Davi.
Essa idolatria durou quase 500 anos e culminou com o esgotamento da paciência de Deus, que permitiu que toda a nação israelita fosse novamente entregue à casa da escravidão, dessa vez na Babilônia.
Temos visto nas igrejas que esta história tem se repetido constantemente; pessoas que chegam da casa da escravidão para a presença de Deus, perseveram, alcançam as bênçãos que Ele promete e depois, se prostituem.
Quando falamos de prostituição, tendemos a associar automaticamente ao pecado do sexo ilícito, mas vemos no texto que os padrões de Deus são muito mais altos. Quando Deus abençoou a Israel e a consagrou como nação santa, Ele não deu apenas leis, fardos pesados e impossíveis de carregar, mas deu promessas, todas decorrentes da obediência, conforme Deuteronômio 28.
Toda essa história é muito semelhante à nossa vida com Cristo:
3  E dize: Assim diz o Senhor DEUS a Jerusalém: A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus. Teu pai era amorreu, e tua mãe hetéia.
4  E, quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar; nem tampouco foste esfregada com sal, nem envolta em faixas.
5  Não se apiedou de ti olho algum, para te fazer alguma coisa disto, compadecendo-se de ti; antes foste lançada em pleno campo, pelo nojo da tua pessoa, no dia em que nasceste.”

Os amorreus e os heteus eram habitantes da terra de Canaã, que fora amaldiçoada desde os dias de Noé (Gênesis 9:20-25). Da mesma forma, quando nascemos fisicamente, somos herdeiros de uma maldição, pois todos somos descendentes de Adão. A semente que foi o primeiro pecado foi germinada em toda a humanidade e isso, no mundo espiritual, é como estar revolvido em sangue, pois o salário do pecado é a morte. Nossa vida de pecado nos levou a conviver em um mundo que nunca nos valorizou, sempre diminuindo o valor das pessoas e supervalorizando o que aos olhos de Deus não tem valor. O mundo nos ensina a rota do isolamento e da competitividade para alcançarmos o sucesso e é justamente essa rota que nos leva a uma vida vazia.

6  E, passando eu junto de ti, vi-te a revolver-te no teu sangue, e disse-te: Ainda que estejas no teu sangue, vive; sim, disse-te: Ainda que estejas no teu sangue, vive.
7  Eu te fiz multiplicar como o renovo do campo, e cresceste, e te engrandeceste, e chegaste à grande formosura; avultaram os seios, e cresceu o teu cabelo; mas estavas nua e descoberta.”

Deus nos alcançou com a Sua misericórdia. Quando estávamos desprezados neste mundo de destruição, morte e roubo, Ele nos deu uma chance de aceitarmos Jesus como nosso Senhor e salvador e, quando aceitamos, Ele nos limpou e nos tirou da vergonha e do desprezo para sermos glorificados e reconhecidos, porém, estávamos limpos e vazios, prontos para que Ele nos enchesse.

8  E, passando eu junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a aba do meu manto, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor DEUS, e tu ficaste sendo minha.”

Quando somos resgatados, a reação natural é amar aquele que nos resgatou, porque Ele nos amou primeiro. É então que Ele nos enche com sua presença e faz uma aliança conosco, nos tornando como Sua noiva. Como sua noiva, devemos fidelidade, pois uma aliança é uma relação bilateral, onde damos e recebemos.

“9  Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo.
10  E te vesti com roupas bordadas, e te calcei com pele de texugo, e te cingi com linho fino, e te cobri de seda.
11  E te enfeitei com adornos, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao redor do teu pescoço.
12  E te pus um pendente na testa, e brincos nas orelhas, e uma coroa de glória na cabeça.
13  E assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, e de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farinha, e mel e azeite; e foste formosa em extremo, e foste próspera, até chegares a realeza.
14  E correu de ti a tua fama entre os gentios, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor DEUS.”

Depois que entramos em aliança com Deus e nos mantemos como propriedade d’Ele, recebemos primeiro o que é básico para o nosso sustento, o que remove toda a nossa vergonha e nos deixa em um nível básico de conforto, mas quando permanecemos n’Ele, ele nos prospera pelo amor que tem por nós. Essa prosperidade não é só de bens materiais, como o ouro e a prata citados no versículo 13, mas também de alimento espiritual, um alimento sólido, extremamente nutritivo e agradável para nós.
Estas são algumas das bênçãos que Deus derrama aos Seus Filhos. Em Deus, há prazer que estas coisas sejam dadas. Tudo isto é promessa de Deus para as nossas vidas, mas a Palavra diz que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram o que Deus tem preparado para aqueles que o amam, ou seja, a noiva da ilustração – nós – ainda estava longe de receber o tudo que Deus tinha para dar. O que define o futuro dessa noiva é a atitude que ela vai tomar ao receber estas bênçãos.
Israel passou por grandes provações porque, quando receberam todas estas coisas, fecharam seus olhos e seu coração para o Deus, o noivo que as tinha dado e amaram mais a provisão que o provedor, conforme se vê no restante do texto:

15  Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele.”

Um dos ataques do inimigo é fazer com que um filho de Deus cresça mediante aos seus próprios olhos, ou seja, se ensoberbecer. O ser humano tem em sua carne a tendência de olhar e verificar tudo o que já conquistou, para se sentir bem. O mundo nos ensina que você é aquilo que você conquista, por isso, muitos acabam em competições destrutivas, pois todos querem conquistar não importando o preço. Porém, a palavra de Deus diz que a soberba precede a queda.

16  E tomaste dos teus vestidos, e fizeste lugares altos pintados de diversas cores, e te prostituíste sobre eles, como nunca sucedera, nem sucederá.
17  E tomaste as tuas joias de enfeite, que eu te dei do meu ouro e da minha prata, e fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas.”

Toda idolatria nasce de uma bênção. Até mesmo aqueles que adoram imagens, o fazem por uma associação errada de causa e causador. Estas pessoas recebem uma bênção de um Deus que é único e Todo-Poderoso e misericordioso, mas o diabo usa uma mentira para fazer a pessoa abençoada acreditar que a autoria daquela bênção é uma determinada entidade. Assim também, há pessoas que idolatram o dinheiro, como Deus bem exemplifica no versículo 17, achando que a felicidade vem das boas condições que Deus deu.

18  E tomaste os teus vestidos bordados, e as cobriste; e o meu azeite e o meu perfume puseste diante delas.
19  E o meu pão que te dei, a flor de farinha, e o azeite e o mel com que eu te sustentava, também puseste diante delas em cheiro suave; e assim foi, diz o Senhor DEUS.”

Para alcançarmos níveis mais altos de bênçãos e favores de Deus, temos que entrar em níveis de aliança mais profundos com Ele. Por exemplo, uma pessoa que bebe não tem condições de manter um juramento de abstinência alcoólica com Deus. Primeiro ela precisa ter uma atitude sincera de entregar seu coração a Deus e obedecer a tudo quanto Ele ordenar. Da Sua parte, Deus a libertará da bebida, comprometendo a pessoa, pela bilateralidade da aliança, a não procurar mais sustentar o antigo vício.
Porém, torna-se altamente detestável aos olhos de Deus quando alguém com um nível profundo de aliança oferece as bênçãos adquiridas através de Deus para a idolatria. O casamento, por exemplo, é algo que constantemente se torna um presente de Deus oferecido a ídolos. Esposas e maridos passam a idolatrar um ao outro, deixando para trás aquele que os uniu, abandonando Seu ministério em troca de mais momentos a sós. Ou ainda idolatram sua casa, seu trabalho, seus filhos. Quando se nota, absolutamente tudo na vida do casal se torna mais importante que a Presença de Deus. Oportunidades de carreira são outros ótimos exemplos. Muitas pessoas são roubadas da Presença de Deus por trabalhos que aparentemente são lucrativos, mas que exigem delas um tempo que elas deveriam estar investindo em jejum, oração, cultos e consagração.

20  Além disto, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que me tinhas gerado, e os sacrificaste a elas, para serem consumidos; acaso é pequena a tua prostituição?
21  E mataste a meus filhos, e os entregaste a elas para os fazerem passar pelo fogo.
22  E em todas as tuas abominações, e nas tuas prostituições, não te lembraste dos dias da tua mocidade, quando tu estavas nua e descoberta, e revolvida no teu sangue.”

Como já dito anteriormente, o pecado é uma semente e toda semente gera fruto segundo a sua espécie . Não se pode servir a dois senhores. Quem anda na presença de Deus, mas não O serve, serve ao inimigo. Devemos entender a importância de nos guardarmos em santidade e constantemente nos arrepender, pois aquele que conhece a verdade e não a pratica, faz pior do que aquele que peca sem conhecer a verdade. Uma pessoa que não conhece a verdade e por isso peca, é roubada daquilo que ela tem direito, mas aquele que, conhecendo a verdade, insiste em pecar, entrega os frutos de sua convivência com Deus nas mãos do diabo.
O perigo mais iminente disto é a perda de um ministério. Muitas igrejas já fecharam suas portas porque seus líderes e pastores se entregaram ao adultério, alcoolismo e tantos outros pecados. A Palavra nos exorta a nos examinarmos, mas o versículo 22 faz um pedido ainda mais profundo: ele nos convida a lembrarmos quem éramos antes de conhecer a Deus. Do tamanho da misericórdia que foi necessária para que Ele nos escolhesse.

23  E sucedeu, depois de toda a tua maldade (ai, ai de ti! diz o Senhor DEUS),
24  Que edificaste uma abóbada, e fizeste lugares altos em cada rua.
25  A cada canto do caminho edificaste o teu lugar alto, e fizeste abominável a tua formosura, e alargaste os teus pés a todo o que passava, e multiplicaste as tuas prostituições.
26  Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos grandes de carne, e multiplicaste a tua prostituição para me provocares à ira.”

Existem vários níveis de aliança com Deus. Quanto mais profundamente entramos nesta aliança, maiores são as bênçãos que alcançamos e, por consequência, maiores as responsabilidades e maiores as tentativas do inimigo de nos roubar. Todo pecado, para Deus, será julgado como pecado, não importando sua gravidade, porém, dependendo da gravidade do pecado, o caminho de volta para Deus pode ser mais ou menos difícil e a consequência, pelo princípio da semeadura e da colheita, pode ser mais ou menos dolorosa.
O fundo do poço é quando desistimos de lutar e não nos arrependemos. O pecado não só mancha nosso relacionamento com Deus, mas também mancha nosso caráter, de modo que todo bom fruto que conquistamos com nosso Deus adquire uma marca perversa e demoníaca que nos envergonha, pois sempre seremos lembrados pela glória que tínhamos e que perdemos. Por fim, ao chegarmos neste estado, voltamos para a casa da escravidão, mas de uma maneira ainda pior da que saímos; envergonhados, humilhados e com um jugo de opressão sete vezes mais pesado.

27  Por isso estendi a minha mão sobre ti, e diminuí a tua porção; e te entreguei à vontade das que te odeiam, das filhas dos filisteus, as quais se envergonhavam do teu caminho depravado.
28  Também te prostituíste com os filhos da Assíria, porquanto eras insaciável; e prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta.
29  Antes multiplicaste as tuas prostituições na terra de Canaã até Caldéia, e nem ainda com isso te fartaste.”

À medida que um filho de Deus se aprofunda no pecado, o diabo começa a cobrar o preço de toda a afronta que foi feita ao domínio que ele tinha antes. Deus é puro e ele não pode se misturar com o que é impuro, ou seja, em um coração voltado para Deus, não pode haver desejo pelo pecado. Ainda que pequemos, este não pode ser o alvo de nossas decisões, de nossas vidas. Quando isso acontece, a Presença de Deus se retira de nós e voltamos a sentir aquele vazio que só pode ser preenchido por Deus.
O ser humano, porém, não foi feito para se sentir vazio e mais uma vez, tornamos a ficar piores, porque sabemos exatamente o que preenche completamente nossos corações, mas não conseguimos alcança-lo. Porém, na ansiedade e no desespero de uma barreira criada entre nós e Deus, tentamos reaver um tempo de paz de qualquer forma, como se fosse possível alcança-lo sem a presença do Pai.

30  Quão fraco é o teu coração, diz o Senhor DEUS, fazendo tu todas estas coisas, obras de uma meretriz imperiosa!
31  Edificando tu a tua abóbada ao canto de cada caminho, e fazendo o teu lugar alto em cada rua! Nem foste como a meretriz, pois desprezaste a paga;
32  Foste como a mulher adúltera que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos.
33  A todas as meretrizes dão paga, mas tu dás os teus presentes a todos os teus amantes; e lhes dás presentes, para que venham a ti de todas as partes, pelas tuas prostituições.
34  Assim que contigo sucede o contrário das outras mulheres nas tuas prostituições, pois ninguém te procura para prostituição; porque, dando tu a paga, e a ti não sendo dada a paga, fazes o contrário.”

O profeta finaliza a advertência contra Israel antes de anunciar todas as graves consequências que haveriam de vir sobre aquele povo infiel. Deus, apesar de ser soberano em Sua glória, nos amou ao ponto de dar Seu próprio Filho em sacrifício por nós. Quando nos separamos completamente dele, sua frustração é como a de um marido traído, que presenciou o adultério de uma esposa por quem Ele deu o que tinha de mais precioso. E aquele que se afasta da Sua presença, é como alguém que ao errar, paga um preço, uma consequência por seu erro, mas ainda assim, torna a procurar seu pecado e se afastar de Deus.

Este texto pode parecer pesado. A advertência e a tristeza do coração de Deus frente aos pecados de Israel fazem doer o nosso próprio coração. Mas a palavra de Deus não volta vazia para o trono. Deus tem uma promessa por trás de tudo isso: A Sua Palavra promete tantas bênçãos, tantos livramentos, tanta provisão, que seu coração irá se maravilhar pois apesar de você ter ouvido falar na plenitude de Deus, seus olhos jamais a viram da maneira com que verão. Portanto, tenha cuidado. Ao receber uma bênção e entrar na sua Terra Prometida, lembre-se de louvar, agradecer e se entregar só para seu Deus, jamais se prostituir com as bênçãos.

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