domingo, 27 de novembro de 2011

Você anda enterrando mortos?

Eu ia postar o estudo a seguir há umas duas semanas, mas Deus me mostrou novas coisas que me fizeram buscá-lO em oração e por isso, o estudo ficou ainda melhor.
É uma realidade que tem se estabelecido muito ultimamente, e por isso, peço que você, querido leitor, leia até o fim e divulgue, pois seus irmãos podem estar passando por essa realidade.


E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai.
Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus. 
Lucas 9:59-60

Muitas pessoas podem se escandalizar com as palavras de Jesus a esse homem, a quem o Senhor chamou. Muitos de nós sabemos o que é a dor de se perder alguém próximo, principalmente quando se trata de um dos pais, um cônjuge ou, pior ainda, um filho. Se nunca aconteceu conosco, é comum que pelo menos conheçamos alguém que tenha passado por essa dor.
Temos aprendido que Jesus não está alheio à nossa dor ou às nossas dificuldades, que em cada situação que passamos, Ele sabe do que precisamos antes mesmo de abrirmos a nossa boca. Sendo assim, por que Jesus não teria compreendido a dor daquele discípulo, ordenando-o ao trabalho ministerial ao invés de deixa-lo enterrar seu pai?
Podemos tirar várias lições destes dois versículos e a mais ministrada é que Jesus estava fazendo a diferença entre os que são e os que não são salvos, ao ditar claramente que os mortos deveriam enterrar os mortos, ou seja, que se preocupassem com a morte aqueles que já não têm em si a vida eterna prometida por Deus.
No entanto, por trás das palavras de Jesus, há um ensinamento muito mais profundo, assim como comum em nossas vidas, que temos deixado passar.
I Coríntios 15:21-22 fala do homem do pecado e do homem da ressurreição, conforme encontramos em Romanos, estes dois são o primeiro e o último Adão, sendo que este último Adão é Cristo. Em Adão, não só se iniciou a humanidade, mas após a sua queda, se iniciou também a separação entre este mundo e o Reino de Deus. Antes da queda, a realidade em que Adão vivia era o pleno Reino de Deus estabelecido na Terra, onde o homem tinha comunhão plena com o seu Criador e o servia como seu Rei. No entanto, a queda do homem através do pecado fez uma separação entre o Reino de Deus e as coisas deste mundo, onde o homem confia na força do seu próprio braço e esqueceu de depender de Deus.
Tudo o que ocorreu desde então, através de todo o Antigo Testamento, era Deus desejando voltar a se relacionar com o homem e o homem tentando mais uma vez se religar ao Reino dos Céus – e desse “religar” que surgiu a palavra “religião”. Finalmente, Jesus veio à Terra justamente com o propósito de dar aos homens a chave dessa religação. Cristo não apenas deixou sua morte e ressurreição como legado, mas também deixou suas palavras, ensinamentos e o acesso pleno e irrestrito à presença do Espírito Santo. A missão de Jesus neste mundo era acabar com a separação entre ele e o Reino de Deus.
Porém, em sua caminhada, Jesus se deparou com muitos casos como este, citado no livro de Lucas. Aquilo era um caso extremo onde um homem precisava decidir se ele atenderia às necessidades de sua alma, ou se atenderia as necessidades do Seu Deus.
Sim, querido, Deus tem uma necessidade que precisa ser atendida: Ele nos escolheu para semear o evangelho em toda criatura e para adorá-lO em espírito e em verdade. Esta necessidade é a própria essência da missão de Cristo: unir o homem pecador ao Seu criador, para que ambos possam novamente viver em plena comunhão.
O ponto central desta palavra é: por que você se preocupa com as coisas pequenas deste mundo? Será que Deus e Seu Reino deixaram de ser grandes o suficiente para serem sua única razão de viver?
Em uma análise superficial das nossas vidas, provavelmente diríamos: “Claro que não! Deus é único e suficiente para mim.” Mas observando as atitudes de muitos dos meus irmãos, eu me pergunto: Será?
Façamos uma análise mais profunda: o que você não tolera na sua liderança? Muitos discípulos não toleram líderes que não conversam com eles frequentemente, que ao invés de passada de mão na cabeça, entregam palavras duras, a fim de que haja arrependimento. Basta uma falha e suas bocas se abrem em murmuração, logo juntam suas insatisfações à de outras pessoas e assim passam a contaminar a equipe.
Jesus nos ensinou a respeito do que não deveríamos tolerar: mestres que não pregam a sã doutrina, sacerdotes que ordenam o que não fazem, hipócritas, árvores de maus frutos. A estes nós não devemos submissão, mas é nesse momento que nosso amor deve ser provado. No lugar de adotarmos uma rebeldia inconsequente, devemos interceder por eles e confrontá-los em amor, assim como Paulo fez com Pedro, que por ser um homem de Deus, reconheceu seu erro e se consertou (Gálatas 2:11).
Quando retemos feridas com nossos líderes, contaminamos a equipe e paramos nosso ministério e o ministério alheio, estamos semeando contendas, inimizades e facções e colheremos morte espiritual. Isto é um exemplo de dar uma desculpa para Jesus e ir enterrar nossos mortos.
Com os nossos irmãos, não é diferente. A Palavra promete que todo joelho se dobrará e toda língua confessará a Jesus como seu Senhor. Isso significa que você terá que lidar com pessoas de diferentes opiniões, diferentes atitudes, diferentes jeitos de ser. Isso nem sempre vai nos agradar, pois costumamos a procurar pessoas semelhantes a nós, com quem podemos aliançar nossas almas. Mas o chamado de Deus para o seu povo não é o de uma aliança na alma, mas de uma aliança no espírito. Somos um só povo, de um único Deus, guiados por um só espírito. Muitas pessoas ficam magoadas por receberem palavras que não gostariam ou por esperarem palavras que nunca chegaram. O que a maioria delas não consegue ver é que absolutamente nenhuma expectativa deve ser colocada em pessoas ou circunstâncias, nenhuma confiança deve repousar sobre a alma das pessoas, mas tudo isto deve estar sobre a rocha que é Cristo. D’Ele virá o sim e o amém. Muitas vezes, o que esperamos de uma pessoa, Deus quer nos dar através de outra e nós, por não depositarmos n’Ele a nossa confiança, perdemos o que precisamos.
Esperar no homem é andar debaixo de maldição (Jeremias 17:5). É chegar-se a Jesus e pedir licença para enterrar seus mortos. Mas esperar em Deus é força inabalável (Isaías 40:31), é vencer os problemas deste mundo e anunciar o Reino de Deus!
Quanto ao perdido então, nem se fala! I João 4:4 diz claramente que maior é aquele que está em nós do que o que está no mundo! Sendo assim é claro que o mundo não anda no mesmo espírito que os filhos de Deus e por isso, estão submetidos aos espíritos inimigos de Deus e à própria carne, que milita contra o espírito. Certamente, pior que colocar nossa expectativa e nossa confiança no homem cristão é coloca-la no ímpio, pois uma diferença os distingue: o homem que tem o Espírito Santo em si é ministrado e movido por ele, mas o ímpio não faz nada além de suas próprias vontades e da opressão que lhe é imposta. Colocar sua confiança no ímpio é um convite à decepção certa, é confiar nos mortos que Cristo mencionou.
Pior do que tudo isso, é colocar a confiança e agir guiado por coisas que sequer têm vida! Quantas vezes não vemos pessoas que confiam no dinheiro e nos seus bens, no ministério que construíram, no seu trabalho, na sua própria saúde e histórico médico impecável, nos seus diplomas? Todas estas são coisas que nos podem ser retiradas do dia para a noite e se nossas bases estiverem nisso, certamente desmoronaremos.
A mensagem que quero passar aqui é que devemos parar de agirmos, de nos alegrarmos, de nos entristecermos e de definirmos nossa vida e nossa unção por causa de qualquer outra coisa que não seja Deus.
Muitas vezes você será chamado a escolher: você vai enterrar seus mortos, ou seja, por causa das suas opiniões, vai continuar gerando desunião, se magoando e pecando; ou você vai anunciar o Reino de Deus, parando de se preocupar com homens, com coisas e com glória própria e glorificando em absolutamente tudo o Nome do Senhor?
Anunciar o Reino dos Céus é mostrar ao mundo que Deus pode cuidar de ABSOLUTAMENTE TUDO, desde que nossa confiança e expectativa estejam sempre ligadas unicamente a Ele e a nenhum outro, nem mesmo você.
Você tem escolhido enterrar seus mortos? Analise-se em oração e sinceridade, à luz da Palavra e se a resposta for sim, arrependa-se. Peça fé e forças a Deus se necessário, pois Ele jamais pedirá de você uma atitude à qual Ele não possa te capacitar.

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